segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

A DIVISÃO DA FILOSOFIA

Num passado não muito remoto, a filosofia foi uma das disciplinas de maior peso. Adotada nas escolas de nível médio e universitário, seu aprendizado, por exemplo, era requisitado nos cursos de direito (a lógica), e era uma etapa necessária para a formação dos sacerdotes católicos. Nos seminários eclesiásticos, o curso durava no mínimo três anos. Embora objeto de discussão, seu estudo obedece a uma divisão que se generalizou, devido a seu largo uso metodológico pelos professores das escolas mantidas ou orientadas pela Igreja Católica Romana.
O método seguido é o analítico-sintético, que vai das coisas sensíveis aos princípios metafísicos e a causa universal que é Deus. Portanto é um método indutivo que caminha pelos temas mais particulares para chegar aos mais universais.
Um exemplo da estratégia escolástica: escolhemos um tema da Teodicéia (filosofia natural). O assunto Deus dividido em partes que recebiam o nome de artigo. Por exemplo: Artigo I: Existe algum obstáculo que impede de conhecer a existência de Deus? Apresentava-se em seguida a definição dos termos – explicação do sentido que atribuía a cada expressão do assunto a ser demonstrado, quando necessário. Vinham a seguir as opiniões – idéias dos filósofos que abordaram o assunto, a favor ou contra. No nosso exemplo: os agnósticos, que não negam nem afirmam; os positivistas, que negam; os fideístas, que afirmam, mas só pela fé tradicional religiosa. Defendia-se então a tese, refutando as opiniões contrárias e apresentando os próprios argumentos, terminando o artigo com uma síntese ou conclusão final.

Raciocinando que as coisas podem ser consideradas:
  • Quer em si mesmas,
  • Quer em relação a nós,
  • A filosofia se desdobra em duas partes essenciais:

1. Filosofia especulativa - estuda os princípios supremos e as causas primeiras das coisas em si próprias;

2. Filosofia prática - trata das coisas relacionadas ao ser humano, ou seja, estuda o modo de utilizar as coisas para nosso benefício.

A estas duas partes acrescenta-se introdução geral que define os meios para se chegar à verdade que se chama: Lógica.

Fica assim a seqüência dos diferentes tratados da filosofia, com suas subdivisões:

Lógica - Ciência das leis ideais do pensamento e a arte de aplicá- los corretamente à indagação e demonstração da verdade. Subdivide-se em:

  • Lógica formal (ou menor): estuda as leis e métodos do ato de pensar de um modo teórico, universal.
  • Lógica material (ou maior): estuda os métodos e procedimentos exigidos em cada disciplina particular, por exemplo, física, história, matemática...

Filosofia especulativa - Visa ao conhecimento puro do ser das coisas: sua constituição, causas, etc. Subdivide-se em:

  • Filosofia da natureza: Seu objeto de estudo é o mundo sensível, constatável pelos sentidos. Sofre duas novas subdivisões:

1. Cosmologia - Quando estuda o ser orgânico medido, matemático, numerado, quantificado...

2. Psicologia - Quando estuda o ser inorgânico em movimento, em mutação, ou seja, o mundo vivo como tal (vida vegetativa, sensitiva, racional).

  • Metafísica: Seu objeto de estudo são as realidades que estão além do mundo físico, do conferível pelos sentidos. Refere-se ao ser constitucional das coisas. Também sofre duas subdivisões:

1. Ontologia - Refere-se ao ser das coisas enquanto tal. O ser nos seus princípios supremos, nas suas razões basilares; não como se mostra nos fenômenos, mas em si, independente e superior às suas manifestações sensórias.

2. Teologia Natural (Usa-se também o termo teodicéia que vem de Leibnitz, cujo sentido é justificação de Deus) - Seu estudo é a causa última dos seres. Filosoficamente chega-se à conclusão da existência de uma causa incausada que causa tudo a que chamamos de Deus.

  • Crítica (Criteriologia) ou Epistemologia: Debate essencialmente a capacidade da mente humana de conhecer. Refletindo bem constata-se que a crítica é uma espécie de introdução à metafísica.

Filosofia prática - Tem por fim a busca do bem para o homem. Conhece não meramente para conhecer, mas para dirigir a ação. Os conhecimentos teóricos são para aplicar na vida concreta.

  • Estética (ou filosofia da arte): É o estudo do fazer humano, da obra a produzir. A arte em geral, as artes do “belo” em particular.
  • Ética (ou filosofia moral): É o estudo do agir humano, dos comportamentos, das atitudes, das normas, dos direitos, das obrigações, dos juízos morais, das opiniões.

2 comentários:

Raquel disse...

Ronan, lançei um ponto extra em sua nota do quarto bimestre.
Ok!
Boas festas.

Unknown disse...

Foi muito bom tudo que o meu professor ensino para nós esta quase igual.