O método seguido é o analítico-sintético, que vai das coisas sensíveis aos princípios metafísicos e a causa universal que é Deus. Portanto é um método indutivo que caminha pelos temas mais particulares para chegar aos mais universais.
Um exemplo da estratégia escolástica: escolhemos um tema da Teodicéia (filosofia natural). O assunto Deus dividido em partes que recebiam o nome de artigo. Por exemplo: Artigo I: Existe algum obstáculo que impede de conhecer a existência de Deus? Apresentava-se em seguida a definição dos termos – explicação do sentido que atribuía a cada expressão do assunto a ser demonstrado, quando necessário. Vinham a seguir as opiniões – idéias dos filósofos que abordaram o assunto, a favor ou contra. No nosso exemplo: os agnósticos, que não negam nem afirmam; os positivistas, que negam; os fideístas, que afirmam, mas só pela fé tradicional religiosa. Defendia-se então a tese, refutando as opiniões contrárias e apresentando os próprios argumentos, terminando o artigo com uma síntese ou conclusão final.
Raciocinando que as coisas podem ser consideradas:
- Quer em si mesmas,
- Quer em relação a nós,
- A filosofia se desdobra em duas partes essenciais:
1. Filosofia especulativa - estuda os princípios supremos e as causas primeiras das coisas em si próprias;
2. Filosofia prática - trata das coisas relacionadas ao ser humano, ou seja, estuda o modo de utilizar as coisas para nosso benefício.
A estas duas partes acrescenta-se introdução geral que define os meios para se chegar à verdade que se chama: Lógica.
Fica assim a seqüência dos diferentes tratados da filosofia, com suas subdivisões:
Lógica - Ciência das leis ideais do pensamento e a arte de aplicá- los corretamente à indagação e demonstração da verdade. Subdivide-se em:
- Lógica formal (ou menor): estuda as leis e métodos do ato de pensar de um modo teórico, universal.
- Lógica material (ou maior): estuda os métodos e procedimentos exigidos em cada disciplina particular, por exemplo, física, história, matemática...
Filosofia especulativa - Visa ao conhecimento puro do ser das coisas: sua constituição, causas, etc. Subdivide-se em:
- Filosofia da natureza: Seu objeto de estudo é o mundo sensível, constatável pelos sentidos. Sofre duas novas subdivisões:
1. Cosmologia - Quando estuda o ser orgânico medido, matemático, numerado, quantificado...
2. Psicologia - Quando estuda o ser inorgânico em movimento, em mutação, ou seja, o mundo vivo como tal (vida vegetativa, sensitiva, racional).
- Metafísica: Seu objeto de estudo são as realidades que estão além do mundo físico, do conferível pelos sentidos. Refere-se ao ser constitucional das coisas. Também sofre duas subdivisões:
1. Ontologia - Refere-se ao ser das coisas enquanto tal. O ser nos seus princípios supremos, nas suas razões basilares; não como se mostra nos fenômenos, mas em si, independente e superior às suas manifestações sensórias.
2. Teologia Natural (Usa-se também o termo teodicéia que vem de Leibnitz, cujo sentido é justificação de Deus) - Seu estudo é a causa última dos seres. Filosoficamente chega-se à conclusão da existência de uma causa incausada que causa tudo a que chamamos de Deus.
- Crítica (Criteriologia) ou Epistemologia: Debate essencialmente a capacidade da mente humana de conhecer. Refletindo bem constata-se que a crítica é uma espécie de introdução à metafísica.
Filosofia prática - Tem por fim a busca do bem para o homem. Conhece não meramente para conhecer, mas para dirigir a ação. Os conhecimentos teóricos são para aplicar na vida concreta.
- Estética (ou filosofia da arte): É o estudo do fazer humano, da obra a produzir. A arte em geral, as artes do “belo” em particular.
- Ética (ou filosofia moral): É o estudo do agir humano, dos comportamentos, das atitudes, das normas, dos direitos, das obrigações, dos juízos morais, das opiniões.
2 comentários:
Ronan, lançei um ponto extra em sua nota do quarto bimestre.
Ok!
Boas festas.
Foi muito bom tudo que o meu professor ensino para nós esta quase igual.
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